1 de junho de 2011

Uma questão de ponto de vista. Orientação ou Opção?

Orientação não. Opção! Talvez, não sei. Para o ministro Fernando Haddad seja uma questão de orientação, não conheço o seu pai, portanto nada posso afirmar. Chega a ser agressiva a veemência com a qual o ministro defende a permanência do KIT GAY. 

Nada tenho contra os gays, tenho muitos amigos que são. Apenas coloco-lhes que eles fiquem com suas opções para lá e eu com a minha para cá. Quando nos encontramos agimos de forma civilizada como pessoas que somos.

Pra minha sorte não tenho filho gay, mas se o tivesse, entenderia sua opção. Com a certeza que não foi por minha orientação ou cobrança. Apenas por opção única e exclusiva dele.

Por isso não concordo com essa defesa do ministro em aplicar o kit a nossos filhos e netos, a partir dos seis anos de idade. Tal postura só pode vir de uma pessoa que desde cedo aprendeu a conviver intimamente com o homossexualismo. Daí é que eu penso, não afirmo. Que o pai do ministro era ou é gay. E lhe deu essa orientação destorcida e prematura.

Dos nossos filhos e netos cuidamos nós a família. Educando-lhes e orientando ao nosso modo. Se amanhã eles buscarem outros caminhos, será apenas e exclusivamente, por opção deles.

O que precisamos é olhar as pessoas, independente de suas escolhas como seres humanos que são. Aprimorando com isso, a nossa capacidade de aceitação ao próximo e as nossas próprias fraquezas.

Certa vez, lá no bairro do flamengo no Rio de Janeiro, lugar onde também cresci, estava em um bar muito popular, acompanhado de minha namorada e três rapazes gay, mas muito discreto. Quando fomos importunados por três rapazes que hoje chamaríamos de homofóbicos, mas que na ocasião eram pit boys. Que aos gritos insultavam os rapazes e se diziam indignados comigo.

Como sou violento por natureza e eles queriam briga, após identificar o que exercia influência sobre os outros, parti para cima dele batendo-o quase até a morte. Confesso que foi um ato exagerado e lamentável do qual me arrependo até hoje. Logicamente fomos para a delegacia e o rapaz para o hospital. Acompanharam-nos várias testemunhas e o gerente do bar.

Na delegacia, após a chegada dos advogados das partes envolvidas e os pais dos rapazes, foi que tive a maior surpresa da noite. A rejeição do rapaz por mim agredido, não era aos rapazes que estavam em minha mesa. Mas sim. De foro intimo. Exatamente o pai do jovem a quem agredi, era gay e assumido. Um diretor de teatro conhecido. E o pai de outro, embora escondesse bem, também estava no armário.

Hoje entendo que muita das rejeições que temos não é por coisas que ocorrem com os outros. Mas que rejeitamos em nós ou em nosso seio familiar.

Gilson de Abreu - O língua de Trappo

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