1 de dezembro de 2016

Duque de Caxias - Uma verdade Sobre o IPMDC

Hoje fui agraciado com um comentário em resposta a Nota de Esclarecimento emitida pelo Sr. WAGNER DE JESUS SOARES, presidente do Instituto de Previdência do Município de Duque de Caxias – IPMDC.

Em seu magnífico comentário, a leitora Sra. Barbara, nos elucida brilhantemente, de onde devem se originar os recursos para os pagamentos das aposentadorias e pensões, bem como devem ser administradas e salvaguardadas as contribuições dos servidores de Duque de Caxias e o resultado de seus acúmulos!

A seguir a transcrição do comentário resposta:


“Meu caro Presidente, o senhor está muito equivocado em falar que a Prefeitura não esta repassando as verbas para o IPMDC, pois minha mãe e todos os outros aposentados que hoje estão, foram descontados em seus contracheques o famoso "benefício" durante anos para que hoje estivesse com seus direitos assegurados. Dinheiro esse que tem uma conta bancária em nome do IPMDC, onde deveria está guardado para todos que contribuíram e os que ainda contribuem terem uma aposentadoria digna....Sendo assim senhor Presidente, os aposentados não dependem das receitas municipais ou de arrecadações de impostos para terem os seus
 salários.
Porque será que a Prefeitura perdeu R$ 50 milhões de arrecadação em relação ao ano passado, se o mesmo ano era administrado pelo atual governo?

Gostaria que compartilhassem até chegar ao SENHOR PRESIDENTE WAGNER DE JESUS SOARES”


Estava exatamente preparando um artigo falando a questão dos repasses das contribuições, e essa justificativa absurda de repasses de recursos provenientes de tributos ou do governo do estado,Quando me deparei com o comentário acima.

Nos últimos dias, tenho feito denúncias severas, justamente sobre os desvios das contribuições dos funcionários. De como as mesmas não estão sendo repassadas aos cofres das instituições previdenciárias, pelas agentes meramente cobradoras, as prefeituras. No nosso caso o IPMDC! Denúncias que têm sido alvo de rebates por parte de alguns bajuladores, que não possuem conhecimentos de causa, nem tão pouco a que fim se destina os recursos derivados dos descontos previdenciários!

Este não é um problema restrito a Duque de Caxias, ocorre na maioria dos municípios do país, no qual os prefeitos, quando não lança mão dos recursos existentes naquilo que deveria ser uma reserva técnica, para o pagamento das aposentadorias. Simplesmente não repassam o que descontam dos funcionários em atividades. Alguns desses gestores municipais, muitas vezes não repassam os montantes descontados nos quarenta e oito meses de suas gestões. Assim provocando um rombo, que os obriga a repor, ou tapar remediando, com dinheiro de repasses das esferas superiores, e arrecadações tributárias.

Em minha opinião, este esclarecimento do Sr. Wagner é exatamente uma confissão de que tal artifício há em Duque de Caxias. E pela extensão do rombo, isso já vinha ocorrendo em outros governos antecedentes! Não sei como funciona em Duque de Caxias, a escolha dos presidentes do Instituto de previdência. Em outros municípios, no estado e na federação, esses presidentes são nomeados pelo Gestor, prefeitos, governador e presidente, respectivamente.

Na maioria das vezes, são pessoas sem a mínima qualificação para o cargo, inclusive sem conhecimento administrativo. Estão ali apenas para assinar documentos, dos quais não tem a mínima noção do que se tratam. Encontram-se nos cargos também, para fazer vistas grossas aos desmandos da administração que lá os colocou.  

Por ocasião da reforma da lei dos Royalties, vi o então governador Sérgio Cabral, dizer que com a redução dos mesmos, ele não conseguiria pagar os aposentados. Agora vejo o Pezão e o Michel Temer com as mesmas alegações. Que sem reformas das leis previdenciárias, não terão como pagar aos aposentados!

Não sou contra o uso dos recursos técnicos das previdências pelos governos. O que não aceito, vão contra meus valores, são as formas criminosas, com que lançam mão destes recursos. O que por fim, resulta em sacrifícios desastrosos, daqueles que deveriam ter paz e tranquilidade e se beneficiarem daquilo que é seu de direito, e pelo qual contribuíram a vida inteira. Os aposentados!

Embora sejam viáveis, os institutos de aposentadorias seguem os mesmos caminhos de seus antecessores previdenciários.

Penso que os que presidem estas instituições deveriam ser eleitos pelos servidores, tanto os da ativa, bem como os aposentados! Ou então, todo pessoal técnico administrativo, inclusive o presidente, entrarem nessas instituições, mediante concursos públicos.

 Estas instituições, nada mais são que uma consorciação entre os trabalhadores. Neste caso os funcionários. Tem a finalidade de receberem as contribuições mensais dos mesmos, e administrá-las da melhor forma possível e com integridade! Aos resultados dos acúmulos destas contribuições, denominam reservas técnicas. É exatamente delas que devem provir os benefícios financeiros dos aposentados. Estas remunerações mensais devem substituir aos salários que deixaram de receber por ocasião de suas aposentadorias e os permitir descansar tranquilamente, após anos de trabalhos dedicados ao município!

Esta instituição, ao administrarem, as reservas técnicas, as carteiras financeiras do “consórcio” dos funcionários, funcionam como uma instituição bancaria ou uma caderneta de poupanças às avessas. Sem rentabilidades para o capital acumulado! Entendo que estas carteiras poderiam ser remuneradas, e assim crescer o montante e o saldo dessas reservas.

Para isto, toda vez que estas carteiras se encontrassem em situação financeira positiva, estável e saudável. O município poderia recorrer a ela, e contrair empréstimos com pagamento a curto prazo, aos quais devolveria a instituição integralmente o valor contraído, remunerado de juros e correção monetária.

Mais uma alternativa segura de remuneração destas carteiras, se saudáveis, seriam os empréstimos consignados feitos aos servidores. Os institutos assumiriam os papéis ocupados hoje pelos bancos privados menores, como BMG, Bonsucesso entre outros, ou até mesmo, concorreriam com eles, efetuando os empréstimos consignados ao funcionalismo, que devolveria mensalmente acrescidos dos mesmos juros praticados pelos outros, que apenas favorecem e enriquecem um grupo seleto de especuladores e políticos mal intencionados.

Fui convidado pelo prefeito de outro município, para administrar desde sua implantação, um Instituto de previdência. Apresentei uma proposta semelhante ao que expus acima, combinando com a administração de um consórcio para aquisição de bens de consumo pelos servidores, cujas taxas administrativas seriam integradas ao capital da carteira do fundo de pensão. O prefeito que me conhecia, achou interessante e viável. Só que seus secretários de Governo, Administração e Fazenda, o fizeram declinar do meu nome, sob a alegação de que a proposta era interessante, mas que se favorecesse tanto assim aos servidores, a situação ficaria irremediável, pois os mesmos não deixariam me afastar do cargo, e eles não poderiam, em administrações futuras, lançar mão daquela reserva quando precisassem! Resultado: até a presente data o município não tem um fundo de pensão e não se sabe para onde estão sendo remetidos os valores apurados com os descontos dos funcionários concursados!

Grato pelo brilhante comentário, e a oportunidade da réplica.


Gilson de Abreu

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