6 de dezembro de 2016

Alzheimer 3 - Fisiopatologia

Fisiopatologia




Histopatologia das placas senis no córtex cerebral de uma pessoa com Alzheimer de aparecimento pré-senil.
Neuropatologia

A doença de Alzheimer é caracterizada pela perda de neurônios e sinapses no córtex cerebral e em determinadas áreas subcorticais. Esta perda provoca a atrofia das áreas afetadas, incluindo degeneração no lobo temporal, no lobo parietal e em partes do lobo frontal e do giro do cíngulo. A degeneração ocorre também nos núcleos do tronco cerebral, como o cerúleo Os estudos com IRM e TEP documentam diminuições no tamanho de determinadas áreas do cérebro à medida que a doença evolui de défice cognitivo ligeiro para Alzheimer, em comparação com imagens semelhantes de idosos saudáveis.



Tanto as placas amiloides como os novelos neurofibrilares são claramente observáveis ao microscópio no cérebro de pessoas com Alzheimer. As placas são depósitos densos e praticamente insolúveis de peptídeos beta amiloides e material celular no exterior e em redor dos neurônios. Os novelos são agregados de proteína tau associada aos microtúbulos que se tornou hiper fosforilada e se acumulou no próprio interior das células. Embora alguns idosos possam desenvolver placas e novelos devido ao processo de envelhecimento, o cérebro de pessoas com Alzheimer apresenta um número muito superior em áreas específicas, como no lobo temporal. Os corpos de Lewy não são incomuns em pessoas com Alzheimer.

Bioquímica
A doença de Alzheimer é uma proteopatia, ou seja, uma doença caracterizada por anomalias no enovelamento de proteínas. É causada pela acumulação no cérebro de placas de proteínas beta amiloide e tau de enovelamento anômalo. As placas são constituídas por pequenos peptídeos com 39-43 aminoácidos de comprimento, denominados beta amiloides (Aβ). Os beta amiloides são fragmentos de uma proteína maior denominada proteína precursora de amiloide (APP), uma proteína transmembranar que penetra a membrana dos neurônios. A APP é essencial para o crescimento, sobrevivência e reparação de lesões dos neurônios Na doença de Alzheimer existe um processo desconhecido que faz com que a APP se divida em fragmentos menores de enzima ß através de proteólise. Um destes fragmentos dá origem a fibrilo de beta amiloide, que formam grupos que se depositam no exterior dos neurônios em formações densas conhecidas como placas senis.

A doença de Alzheimer também é considerada uma taupatia devido à agregação anormal de proteína tau. Cada neurônio tem um citoesqueleto, uma estrutura interna de suporte constituída parcialmente por estruturas denominadas microtúbulos. Estes microtúbulos atuam como carris, orientando os nutrientes e as moléculas do corpo das células para as extremidades dos axônios e vice-versa. A proteína tau estabiliza os microtúbulos quando fosforilada, pelo que é denominada proteína associada aos microtúbulos. Na doença de Alzheimer, a proteína tau sofre alterações químicas, tornando-se hiper fosforilada, e começa a associar-se com outros novelos, cria novelos neurofibrilares e desintegra o sistema de transporte dos neurônios.

Mecanismo da doença

Ainda não se conhece de forma precisa como é que as alterações na produção e agregação dos peptídeos beta amiloides dão origem à patologia de Alzheimer. A hipótese amiloide geralmente aponta para a acumulação de peptídeos beta amiloides como o evento central que desencadeia a degeneração de neurônios. A acumulação de agregados de fibrilo, os quais se acredita serem a forma tóxica da proteína responsável pela interferência com a homeostase de iões de cálcio da célula, induz morte celular programada. Também se sabe que o Aβ se acumula na mitocôndria das células de cérebros de Alzheimer, também inibindo determinadas funções enzimáticas e a utilização de glicose pelos neurônios.
Existem diversos processos inflamatórios e citocinas que também têm um papel na patologia da doença de Alzheimer. A inflamação é um marcador genérico de lesões no tecido em qualquer doença, e pode ser secundária às lesões no tecido em Alzheimer ou uma resposta imunitária. Têm também sido descritas alterações na distribuição de diferentes fatores neurotróficos e na expressão dos seus receptores, como o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF).


RREFERERÊNCIAS NA WIKIPÉDIA

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