É entristecedor e revoltante que a situação da corrupção no Brasil seja uma patologia endêmica, onde quem mais sai perdendo são os cidadãos de bem como um todo. O mais lamentável é que o exemplo das más práticas, falcatruas, desvios do dinheiro público, dos pequenos a grandes roubos, sejam praticados pelos políticos graúdos que estão no poder em Brasília ou ação recorrente de até alguns representantes do funcionalismo público na base da pirâmide social, isto é, a desmoralização das instituições e valores éticos não é mais uma epidemia, mas sim, uma pandemia em nível nacional.
A ilustração negativa de toda essa conjuntura que deve ser denunciada a qualquer custo por todos que desejam uma sociedade mais justa, vem da cidade de São Gonçaloregião metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro, onde Andréa Pinto Costa, que é a subsecretária de Fiscalização e Licenciamento da Prefeitura do município fluminense, recebia mensalmente a quantia de R$ 9.200, só que há um detalhe cômico se não fosse trágico, pois a mulher em questão não compareceu sequer um dia no seu local de trabalho.
Tanto é assim, que o MP - Ministério Público local, conforme informações veiculadas pelo jornal carioca Extra, foi obrigado a apresentar ação de denúncia contra Andréa na Justiça.
Renata Neme, que é promotora de Justiça pertencente à promotoria de Meio Ambiente de São Gonçalo, revelou que esse caso da funcionária fantasma foi descoberto por meio da “apuração de uma denúncia de deficiências estruturais na Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Problemas que vinham atrapalhando o trabalho de fiscalização e licenciamento na cidade". O caso era tão eticamente vergonhoso que outros colaboradores de alto escalão da pasta só fizeram ratificar que Andréa nunca foi ao trabalho por um dia que seja. Entretanto, as folhas de ponto sempre apareciam religiosamente registradas, dia a dia, mês a mês, acrescentou a promotora.
Vale frisar que, somente no ano de 2015, a falsa secretária amealhou o valor somado de R$ 82.800. Já neste ano de 2016, a quantia foi um pouco superior, totalizando R$ 92.000, onde ambos os valores juntos conferem a importância de R$ 174.800. O dinheiro foi recebido como que em um passe de mágica, já que a funcionária corrupta nunca foi naquela repartição para arregaçar as mangas e trabalhar de fato. Realmente isso deve ser um milagre com o dinheiro do povo até mesmo porque os cartões de ponto revelam que Andréa “compareceu assiduamente” ao trabalho.
É algo amoral e vergonhoso para o sofrido, simpático e valioso povo de São Gonçalo, que junto com outros municípios deste imenso Brasil, tem de conviver com as mazelas do poder público e Corrupção que infestou o Brasil. 

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