Reflexão pertinente, candente e urgente postada na lista da REBEA, acerca da proposta irrelevante com que se está construindo a IV CNMA:
Em pauta, um dos inúmeros que devem ser abordados quando a temática ambiental é citada: os resíduos sólidos.
Ainda nos debateremos por muito tempo com temas "deslocados", vistos isoladamente, que, como a EA, devem ser tratados de forma transversal. Resíduos sólidos aos montes são decorrentes da visão segmentada que teima em não considerar que "' os restos de um servem de alimento para o outro".
Esse ciclo virtuoso não está presente; não é considerado nos processos produtivos. Minha bacia hidrográfica, aquela em que moro, que recebe meus resíduos, estará em breve atolada em fezes de aves (galinhas e frangos que serão abatidos e em parte, exportados) E o manejo desse passivo ficará na responsabilidade de quem? Da indústria de abate? Do governo? Dos consumidores? Não. Do agricultor, que, iludido pelo canto da sereia das abatedoras chamadas "integradoras", fica escravizado a tal ponto de não ser responsável pelo alimento dado às aves (recebe a ração pronta), pelos "remédios", pelos pintinhos que chegam aos montes para serem engordados e abatidos. Sua inteligência, criatividade não são consideradas nesse processo. Apenas sua capacidade de "repetir a receita"idealizada pelo capital. No entanto, ele, com seus poucos recursos financeiros e em alguns casos, técnicos para enfrentar esse passivo, é responsável pelo manejo dos dejetos. Estes são ricos em compostos nitrogenados, e portanto, fonte de contaminação (eutrofização) de águas superficiais e subterrâneas. Quando o comitê de minha bacia hidrográfica ficou sabendo desse boom de crescimento de criadores de aves para abate, percebeu-se que não havia nenhuma estratégia para incorporar responsavelmente tais resíduos nos sistemas produtivos por parte da empresa integradora. Não se preocuparam com a ciclagem. Pois enquanto as LEIS NATURAIS não forem disseminadas entre todas pela via da Alfabetização Ecológica para incorporar visões críticas a respeito desse tipo de estratégia de ocupação territorial pelo capital, este continuará nadando de braçadas em nossas bacias hidrográficas, continuará poluindo e criando novos depósitos de resíduos em outros territórios outrora limpos.
Senso crítico com base nas Leis Naturais: essa lacuna precisa ser preenchida para superarmos a fase das Leis de mercado que ainda dominam as decisões cotidianas, para que as Leis Naturais balizem cada uma delas.
Nesse momento, a ciência da Agroecologia vem trazendo uma oportunidade ímpar: buscar a incorporação dos ecologianos sistemas produtivos agrícolas. Que isso esteja acontecendo na agricultura, donde tudo começou (nossa "cultura"), me parece um bom recomeço. Um novo ciclo que desponta. E que seja capaz de nos alimentar com frutos e sementes saudáveis.
Walter José Rodrigues Matrangolo - Comité da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá - Sertão de Minas
Em pauta, um dos inúmeros que devem ser abordados quando a temática ambiental é citada: os resíduos sólidos.
Ainda nos debateremos por muito tempo com temas "deslocados", vistos isoladamente, que, como a EA, devem ser tratados de forma transversal. Resíduos sólidos aos montes são decorrentes da visão segmentada que teima em não considerar que "' os restos de um servem de alimento para o outro".
Esse ciclo virtuoso não está presente; não é considerado nos processos produtivos. Minha bacia hidrográfica, aquela em que moro, que recebe meus resíduos, estará em breve atolada em fezes de aves (galinhas e frangos que serão abatidos e em parte, exportados) E o manejo desse passivo ficará na responsabilidade de quem? Da indústria de abate? Do governo? Dos consumidores? Não. Do agricultor, que, iludido pelo canto da sereia das abatedoras chamadas "integradoras", fica escravizado a tal ponto de não ser responsável pelo alimento dado às aves (recebe a ração pronta), pelos "remédios", pelos pintinhos que chegam aos montes para serem engordados e abatidos. Sua inteligência, criatividade não são consideradas nesse processo. Apenas sua capacidade de "repetir a receita"idealizada pelo capital. No entanto, ele, com seus poucos recursos financeiros e em alguns casos, técnicos para enfrentar esse passivo, é responsável pelo manejo dos dejetos. Estes são ricos em compostos nitrogenados, e portanto, fonte de contaminação (eutrofização) de águas superficiais e subterrâneas. Quando o comitê de minha bacia hidrográfica ficou sabendo desse boom de crescimento de criadores de aves para abate, percebeu-se que não havia nenhuma estratégia para incorporar responsavelmente tais resíduos nos sistemas produtivos por parte da empresa integradora. Não se preocuparam com a ciclagem. Pois enquanto as LEIS NATURAIS não forem disseminadas entre todas pela via da Alfabetização Ecológica para incorporar visões críticas a respeito desse tipo de estratégia de ocupação territorial pelo capital, este continuará nadando de braçadas em nossas bacias hidrográficas, continuará poluindo e criando novos depósitos de resíduos em outros territórios outrora limpos.
Senso crítico com base nas Leis Naturais: essa lacuna precisa ser preenchida para superarmos a fase das Leis de mercado que ainda dominam as decisões cotidianas, para que as Leis Naturais balizem cada uma delas.
Nesse momento, a ciência da Agroecologia vem trazendo uma oportunidade ímpar: buscar a incorporação dos ecologianos sistemas produtivos agrícolas. Que isso esteja acontecendo na agricultura, donde tudo começou (nossa "cultura"), me parece um bom recomeço. Um novo ciclo que desponta. E que seja capaz de nos alimentar com frutos e sementes saudáveis.
Walter José Rodrigues Matrangolo - Comité da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá - Sertão de Minas
Fonte:
Grupo Agenda 21 local do Facebook.
Por: Jacqueline Guerreiro - Não pude deixar de transcrever.
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