Reservatórios que abastecem município da Baixada estão quase secos. Prefeitura adotou esquema de rodízio para abastecimento.
A falta d’água atinge moradores de Guapimirim, na Baixada
Fluminense. Eles reclamam que o abastecimento é cortado sem aviso. Muita gente
chega a pegar água no rio Soberbo, que corta a cidade.
O problema é que o rio nem sempre tem água. Quando não
chove, sobram apenas pedras. “Há mais de 20 dias a gente não via uma gota”,
reclama o presidente da Associação de Moradores de Guapimirim.
Por causa da falta de chuvas, a prefeitura adotou o esquema
de rodízio para o abastecimento. Os dois reservatórios da concessionária: Fontes
da Serra, que abastecem o município, estão com capacidade abaixo do
normal. Em algumas casas, a água só entra em algumas horas do dia.
“Tem que ficar de olho na torneira. Catar água e economizar
bastante”, alerta uma moradora.
Barragem para falta d'água
O projeto do Governo do Estado para a construção de uma
barragem no rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na Região das Baixadas Litorâneas
do Rio, está em fase adiantada, revelou o secretário de ambiente André Corrêa,
no último dia 22 de Outubro. A estrutura reforçaria o abastecimento de água
para Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana, afetados pela
crise hídrica. Segundo o secretário, o estudo de impacto ambiental e projeto
executivo ficarão prontos até o fim de novembro.
A grande polêmica no entorno da construção é que
agricultores da região teriam que ser realocados. O local é uma das áreas
agrícolas mais produtivas do estado, sendo responsável principalmente pelo
cultivo de aipim. Um projeto alternativo, que sugeria a construção de três
barragens menores, sem a necessidade de tantos agricultores deixarem a região,
chegou a ser apresentado ao governo.
"A decisão do governo é fazer as duas coisas. Uma coisa
não exclui a outra. A grande dificuldade nesse projeto da barragem de Guapiaçu
é de natureza fundiária. A gente não vai sair atropelando, as pessoas têm
identidade com a terra. Óbvio que são 80 pessoas de um lado e três milhões do
outro. Essa barragem é importante para três milhões de pessoas. Mas essa coisa
não pode ser só aritmética. Essas pessoas vivem em um terreno com assentamento
do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que, mesmo que
eu queira indenizá-las, eu não posso nem paga-las. As terras não são delas.
Recurso a gente tem. Hoje o que eu preciso resolver é esse imbróglio jurídico
de como não ser injusto com as pessoas”, explicou o secretário.
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